Estamos entrando em um tempo especial para os fiéis católicos, trata-se da Semana Santa. Os sete dias mais importantes para a Igreja Católica.
Este é o tempo litúrgico que convoca os fiéis a viverem, com Cristo, os passos de sua Paixão, Morte e Ressurreição. Ela está inserida no período da Quaresma, que começa na Quarta-feira de Cinzas e se estende até a Quinta-feira Santa, com o início do Tríduo Pascal.
Viver com Cristo a sua trajetória de amor em vista da salvação de toda a humanidade é o propósito da Semana Santa, que compreende o período do Domingo de Ramos até o Domingo da Ressurreição.
Para muitas pessoas, devido ao feriadão, essa é uma semana de lazer, de visita aos familiares e de festas. Mas, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC 1095), esse é o “momento de reviver todos os acontecimentos da historia da salvação no ‘hoje’”. Para tanto, orienta que os fiéis se dediquem a “momentos fortes da prática penitencial da Igreja” (CIC 1438).
Vejamos o que a Igreja nos convida a reviver em cada dia da Semana Santa:
Domingo de Ramos
Dedicado a fazermos memória da entrada messiânica de Jesus em Jerusalém. Neste dia a liturgia apresenta Cristo entrando em Jerusalém com a multidão que o aclamava com “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor…” (Cf. Mt 21, 1-11).
Segunda-feira Santa
A liturgia deste dia nos apresenta Jesus que vai à casa de Lázaro (seu amigo, a quem Ele ressuscitara), Marta e Maria. Lá, Maria banha os pés e os cabelos do Senhor com o perfume de nardo (que era muito caro). Judas Iscariotes, ao ver o ocorrido, crítica tal atitude da mulher e diz que o dinheiro do perfume poderia ser dado aos pobres. Jesus a defende dizendo que ela ungiu seu corpo para a sepultura e que ela será lembrada nos Evangelhos (Cf. Jo 12, 1-11). Este é um dia de meditarmos sobre nossas atitudes diante da presença do Senhor e, como Maria, derramarmos nEle, o nosso melhor perfume, toda a nossa vida.
Terça-feira Santa
Esse é o dia em que Cristo anuncia a sua morte, deixando os discípulos entristecidos. Diz ainda, que entre eles há alguém que o trairá. Falava de Judas (Cf. Jo 13, 21-33; 36-38) que fora tomado por Satanás e foi entregar Jesus aos sumos sacerdotes. É neste dia também que Pedro diz ao Senhor que o seguirá e dará a vida por Ele e, Jesus, lhe responde que antes que o galo cante, ele o negará por três vezes. É um dia de reflexão de nossas escolhas e respostas diante das provações que vivemos.
Quarta-feira Santa
O dia da traição de Judas Iscariotes. A Quarta-feira Santa remete a memória dos passos de Judas Iscariotes até entregar o Senhor por trinta moedas de pratas (Cf. Mt 26, 14-25). A liturgia deste dia mostra os discípulos perguntando a Jesus aonde irão comer a Páscoa. Para nós, a Quarta-feira Santa reflete um pouco de nossas traições ao Mestre. Quantas vezes, também nós, traímos Jesus favorecendo mais a nossa vontade do que a do Mestre.
Quinta-feira Santa
Aqui encerra a Quaresma, precisamente, minutos antes da Missa da Ceia do Senhor, e começa o Tríduo Pascal, com a última da Ceia do Senhor. É um dia muito importante para a Igreja. É neste dia que Jesus institui o sacrifício em sua memória, a Eucaristia. É o dia em que Jesus é preso e levado a interrogatório, a ser açoitado, levando o peso da condenação por nossos pecados. Ao final da Celebração inicia uma vigília Eucaristica, que se remete ao horário que Cristo passou por todo o sofrimento. Geralmente, no período da manhã, acontece também a Missa dos Santos Óleos, onde o bispo abençoa os óleos que serão utilizados nos sacramentos do batismo e da crisma. Durante essa Missa, os sacerdotes renovam seus votos sacerdotais.
Sexta-feira Santa
Também conhecida como a Sexta-feira da Paixão do Senhor. Esse dia é marcado pelas leituras em memória a Paixão do Senhor. Dia em que Jesus sobe o monte Calvário, é crucificado e morre na cruz (Cf. Jo 18, 1-19; 42). Depois é levado ao Santo Sepulcro, onde deve ficar até o dia da ressurreição. É o único dia do ano em que não ocorre Missa nas igrejas do mundo inteiro, há apenas a distribuição da reserva eucarística, consagrada durante a Missa da Santa Ceia. Este é um dia de jejum e penitência, onde todos os fiéis são convocados a participarem do beijo da cruz (gesto de devoção e penitencia, em memória ao Cristo morto na cruz).
Sábado Santo
O dia do grande silêncio. O Senhor desceu a mansão dos mortos e a terra permanece entristecida com o grande acontecimento: a morte do Mestre que libertaria Israel. A Igreja nos convida a dedicarmos o dia para um profundo silêncio interior e nos prepararmos para recebermos a graça da ressurreição. À noite acontece a Celebração da Vigília Pascal, que proclama a Ressurreição de Cristo. Inicia com a bênção do fogo, na entrada da igreja, seguindo com a proclamação das leituras, que narram a história do povo de Deus até a Páscoa do Senhor. É o momento do júbilo, da alegria pela Ressurreição, é o Sábado de Aleluia.
Domingo de Páscoa
Maria Madalena vai ao túmulo e constata que o Senhor ressuscitou (Cf. Jo 20,1-9). A vida venceu a morte. O Bem venceu o mal. A Graça superabundou o pecado! Como diz o salmista “Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” (Cf. Sl 117).
O que fazer na Semana Santa?
Diante de toda a riqueza da Semana Maior, os cristãos devem participar ativamente de todas as Celebrações com um espírito de penitência e fervor. Por isso, não deve ser uma semana de planejamento de viagens de lazer, mas de oração, de meditação e encontro com Deus. Participar de um retiro espiritual é uma boa opção para esta semana e, viver a programação das Celebrações nas paróquias, é indispensável aos fiéis (exceto em casos de enfermidades). Participe!