Sabemos que a população mundial já ultrapassa de 7 bilhões de pessoas. As estatísticas mostram que o total de cristãos é de 2 bilhões (em torno de um bilhão de católicos + um bilhão entre evangélicos, ortodoxos e outras denominações cristãs). Considerando que entre estes dois bilhões há muitos que declaram ser religiosos, mas não têm experiência com Jesus ou não são discípulos verdadeiros, o número de incrédulos pode ser muito superior a 5 bilhões. Sabemos também que deste montante muitos sequer sabem quem é Jesus Cristo. Ou seja, o número de perdidos é muito grande.
Ora, se nós, cristãos, cremos no que Jesus afirmou que ele “é o caminho, a verdade e a vida e ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6), se crermos que a Igreja é a “luz do mundo” e que nós somos testemunhas e disseminadores do evangelho, se crermos que o desejo de Deus é que todos se salvem, então certamente estamos falhando neste propósito. O grande propósito de Deus é que o mundo todo saiba que Jesus Cristo foi enviado por Ele para salvar a humanidade.
Uma vez lhe perguntaram: “Que havemos de fazer para praticar as obras de Deus?” Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que Ele enviou” (João 6.29). Outras vezes, ainda no evangelho de João, ele enfatiza este propósito de Deus: 11.42; 12.44-50; 13.3,20; 14.24; 15.21,22; 16.27,30,31. Em João 17.3, Jesus mostra o que é a vida eterna: “Que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”.
O foco do evangelho de João é nos levar a crer naquele que foi enviado e, consequentemente, Naquele que o enviou. É exatamente isto que essas mais de 5 bilhões de pessoas precisam saber. Entendo que Jesus tem a receita para a Igreja levar o nome dele para essa multidão, pois este é o desejo do Pai e do Filho.
Jesus ora (roga) ao Pai de maneira intensa em João 17 para que o mundo creia que ele foi enviado. Ele diz que um grupo já crê nesta verdade (vs. 8 e 25). Porém, seu clamor é para que o mundo todo creia nisso (vs. 21 e 23): “…para que o mundo creia que tu me enviaste… para que o mundo conheça que tu me enviaste.” O meu entendimento é que Jesus roga para que esta grande multidão de mais de 5 bilhões de pessoas creia ou conheça (saiba) que ele é o enviado do Pai, o Messias prometido. Mas como isso é possível se hoje, para cada dois cristãos, há cinco pessoas que não creem ou não conhecem que ele é o filho de Deus? Ora, Jesus não rogaria ao Pai sem nos ensinar como isso é possível.
Para cumprir este propósito, Jesus repartiu conosco ou transmitiu-nos a sua natureza divina para que alcancemos, nesta sua graça, o seu propósito (sem Ele nada podemos fazer): “Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um como nós somos um” (vs. 22). Portanto, a receita é que a Igreja, com esta glória transmitida por ele, seja perfeita em unidade. E, por meio desta unidade, o mundo (5 bilhões) saberá e, consequentemente, crerá nele: “Eu rogo… a fim de que todos sejam um; como és Tu, ó Pai, em mim e eu em Ti, também sejam eles um em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste… eu neles, e Tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade (completamente unidos), para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim” (vs. 21 e 23).
Portanto, na base do novo mandamento de Jesus e cheios do amor do Pai derramado pelo Espírito Santo em nossos corações (Romanos 5.5), somos exortados a sermos uma família unida (Efésios 2.16-20) para que o mundo creia ou conheça que Jesus é o enviado de Deus Pai. Creio que esta é uma nova evangelização para o nosso tempo!
Isso não significa que você tenha de mudar seu método de evangelismo, deixar de ser missionário, deixar de sair a campo, de evangelizar seu bairro ou não contribuir para missões etc. Não mude nada, apenas busque alinhar-se com a oração de Jesus em João 17. Tendo um coração quebrantado para a unidade, Deus Pai fará a obra!
Resumo da mensagem do Pr. José Carlos Marion, ministrada nos dias 20/01 e 03/03/13 por ocasião do lançamento do livro “O Segundo Toque – A Unidade da Igreja e a Nova Evangelização”, em coautoria com sua esposa Márcia Maria Costa Marion.